A formação de bandas complementa a educação do cidadão. Essa é perspectiva
de inciativas nos municípios. O Pará tem tradição de formação de bandas e
fanfarras Estado a fora. Neste mês de novembro acontece, em Tomé-Açú, nos dias
29 e 30, o Concurso de Bandas e Fanfarras de Tomé Açú.
É assim, no bairro do Guajará, em Ananindeua, na região metropolitana de
Belém, e, também, no Marajó e na Bragantina, especialmente em Augusto Corrêa e
Bragança, entre outros municípios. A educação musical e a formação de bandas é
uma vertente que cultiva a tradição de inúmeros outros municípios no Pará,
dentre eles o da Vigia, conhecido por suas bandas.
Com “Asa Branca”, “Anunciação” ou com o tema de “O Fantasma da Ópera”; com
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, Alceu Valença ou Andrew Lloyd Weber, o
repertório das bandas pode ser eclético e de fácil aprendizado. Assim, alunos
do programa Mais Educação em diversas escolas estaduais aprendem música, na
proposta de ampliação do conhecimento adquirido na Escola, fundamento do Pacto
pela Educação do Pará que trabalha para melhorar a qualidade do ensino no
Estado.
“O repertório de bandas recentes é semelhante, porque a estrutura musical
dessas composições é simples e de fácil aprendizado,” explica o Regente da
Banda Melódica da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Yolanda Chaves,
de Bragança, Laírson Levi Costa
Para a coordenadora do Mais Educação na Escola Yolanda Chaves, em Bragança,
professora Maria Estelita da Silva Gomes, o incentivo que a participação na
banda representa faz da iniciação musical “uma atividade cativante”. E os
principais beneficiários são estudantes do Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano,
envolvendo, em particular, alunos em situação de potencial risco.
Talentos - “Em dois meses, eu aprendi a tocar flauta doce”,
conta Alice Cristina de Sousa Portilho, 14 anos, aluna da 8ª série, integrante
da Banda Melódica da Yolanda Chaves, de Bragança. Alice toca instrumentos de
sopro. Já Iago José da Silva Gatinho, 14 anos, do 7º ano, é da percussão e toca
pandeirola.
E tem os colegas mais versáteis que tocam da percussão aos instrumentos de
corda, como o violão, a guitarra e o contrabaixo. É o caso de Rivaldo Furtado
da Silva,de 17 anos, aluno da quarta etapa da Educação de Jovens e Adultos
(EJA).
“Nós temos uma banda melódica com 43 componentes e contamos com o grupo
coreográfico, com porta estandarte e balizas composto por 12 alunos,” conta o
Regente Laírson Levi Costa, formado pelos Serviços de Atividades Musicais
(SAM), hoje Escola de Música da Universidade Federal do Pará (UFPA), em 2007.
As aulas de música acontecem duas vezes por semana e os ensaios da banda,
parte do aprimoramento do Mais Educação acontecem em carga horária adicional.
Aprendizado e inclusão social - Apaixonado por música,
Laírson aprendeu a tocar estudando em livros de mais de cem páginas e levava
aprendendo. “Hoje as técnicas facilitam e agilizam o aprendizado,” diz o
regente da banda de Bragança.
O Mais Educação na Yolanda Chaves é responsável também por atividades
ligadas ao Teatro, e aos esportes na modalidades de Karatê e Futsal.
Exemplo de boas práticas, a contribuição como gestora da Yolanda Chaves
rendeu à professora Estelita a 2ª. colocação no Prêmio Gestão Escolar - PGE
2013/2014, realizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação –
Consed, com o objetivo de fortalecer a escola pública por meio da autoavaliação
como ferramenta para a melhoria da gestão.
A participação na banda fortalece o senso de responsabilidade entre os
alunos, que “cuidam dos instrumentos, das partituras, dos uniformes,” reconhece
Laírson. “Nossa banda (da Yolanda Chaves) é composta exclusivamente de alunos,”
diz orgulhoso. Esse nem sempre é o caso de outros grupos. “Para nós é
importante investir nos alunos,” defende fazendo eco à professora Estelita.
A Banda iniciou suas atividades em agosto de 2013 e hoje se apresenta e
concorre em festivais em toda região como é o caso dos municípios como
Igarapé-Açú e Capanema. O Festival de Bandas Escolares é organizado pela Liga
Paraense de Bandas e Fanfarras.
Texto: Jimena Felipe Beltrão
Imagem: Válery Rayara